Identidade (des)conhecida.

10.21.2006

Nova questão!

Quando hoje liguei para a Conservatória disseram-me que ainda não me deram a nacionalidade portuguesa por causa de um pequeno pormenor que queriam discutir comigo e estavam à espera que eu lhes telefonasse para falarmos sobre isso. É o seguinte:
Quando eu fiz 18 anos e fui à conservatória, em Gondomar, dar entrada ao pedido de atribuição de nacionalidade, pedi para quando eu fosse portuguesa pudesse alterar o meu nome (estrangeiro) por um português. Eu só tenho dois nomes. O 1.º e o último que é o apelido do meu pai e da família dele. Ora, como quem me criou foram o meus avós, que eram portugueses, e como toda a vida eu vivi cá com eles e nem sequer conheci a família do meu pai, e nem vivi com ele, para mim não tinha qualquer sentido naquela altura eu continuar a ter aquele nome alusivo a uma pessoa que não conhecia. Queria a tradução do meu 1.º nome para português e o segundo nome ser o apelido dos meus avós.
Posto isto, na conservatória ao lerem isto no meu processo ficaram sem saber se eu queria manter esta posição visto que depois nunca mais poderia mudar, e quiseram perguntar-me.
Combinamos eu lá ir pessoalmente para se fazer um auto de declaração de mudança, ou não, de nome.
No dia 28 de Setembro, fui lá decidida a manter o meu nome. Se o alterasse tinha que mudar muita coisa, tratar de novos documentos com o novo nome entre outras coisas e cansada de burocracia estou eu!
Assim foi. Assinei a declaração e o Sr. Rogério mandou-me ligar no dia 11 de Outubro.
Estou muito animada porque me parece que desta vez isto vai dar certo!

Quarta, 20 de Setembro de 2006.

Conforme combinado liguei para o número directo que me deram para falar com a tal senhora e saber novidades. Infelizmente não há ainda novidades e pediram-me para voltar a ligar na sexta feira. Desta vez falei com um senhor que também está por dentro do meu assunto e vai ser ele a tratar de entregar o meu processo ao Conservador (que está de férias) para analisar e, como está tudo em ordem, atribuir-me a nacionalidade portuguesa.
Este dito senhor já falou comigo, há uns anos atrás e percebeu o que eu tenho passado por causa disto. Assegurou-me que assim que o Conservador vier de férias resolvem isto.
Vamos a ver!
Há dias o Provedor telefonou-me para saber como estão a correr as coisas. Eu contei-lhe e ele disse-me que sendo assim as coisas já estavam encaminhadas e ía arquivar o meu caso. Se surgir entretanto algum problema só tenho que lhe telefonar e ele reabre o processo.

13 de Setembro de 2006.

Só hoje é que pude ir entregar o Boletim de Casamento à Conservatória. Dei o meu número do processo ao funcionário que me atendeu para ele ter acesso ao mesmo e perceber em que ponto da situação está. Ele telefonou à colega que trata das Atribuições de nacionalidade, à minha frente, e transmitiu-me de seguida o que ela lhe disse:
Como só faltava eu entregar o Boletim (?!)*, e a ela está por dentro do meu processo, sabe que eu estou nesta situação há anos e que tenho muita urgência em tratar disto, porque não tenho B.I., prometeu-me tratar disto pessoalmente e fazer tudo por tudo para ser o mais rápido possível. Ficou combinado eu telefonar passado uns dias (no dia 20/10) para saber de novidades.
O rapaz passou-me ainda uma declaração a confirmar que entreguei o boletim no presente dia.

*Isto agora é como eu já disse no outro post atrás: isto de repente toda a gente decidiu meter as mãos à obra e resolver o meu caso e com a maior brevidade possível pois "eu até estou sem nenhum documento identificativo com fotografia e ninguém consegue viver assim"! De repente todo o processo Kafkiano passou a ser muito simples... "desenguiçou"! Mas, atenção, eu não me estou a queixar porque ainda bem que isto se está a resolver, não é verdade? embora tenha que confessar que estou ainda muito de pé atrás com tantas facilidades.
Ver para crer! Mais: ter nas minhas mãos, para poder crer!

01 de Setembro de 2006

Hoje recebi a carta da conservatória do Porto. É o Boletim de Casamento dos meus pais. É uma folha A5, com 3 linhas, assim:

A, filho de Aa e de Aaa, e B, filha de Bb e Bbb, contraíram casamento Civil em xx de Janeiro de xxxx.
Assento n.º x de xxxx.
Data de emissão: xx-xx-xx.

Ou seja, eu estive anos e anos e anos à espera disto! Faz-me confusão que uma coisa tão simples e curta tenha demorado tanto mas tanto tempo para ser conseguida. Mas, claro que também não foi só a obtenção deste papel que tardou. Tudo nesta história é... parece que escolhida a dedo, enguiçada, como se costuma dizer. Mas, agora, desde que o Provedor me auxiliou toda a situação "desenguiçou"! (Assim me parece!)
Bom, com este documento já consigo fazer prova de que sou quem sou, atribuírem-me a nacionalidade portuguesa e, obter o meu B.I., que não tenho há tantos anos e claro português!
Para a semana já vou à Conservatória entregar este documento.