Identidade (des)conhecida.

7.02.2007

É mesmo enervante!

Ando à procura de emprego. Como todos sabemos não é fácil em todo o lado mas aqui no nosso país derivado aos vários problemas já por nós conhecidos ainda se torna mais complicado. Para piorar a minha procura existem umas quantos factores que não são nada a meu favor tais como o facto de ter 31 anos, de só ter o 11.º ano, de não ter carta de condução, de ter experiência profissional de 2 anos apenas numa área que nem sequer me motivou o suficiente para a seguir e lhe poder chamar com gosto de "a minha profissão". Como facilmente se percebe um dos meus grandes problemas é saber o que quero fazer! até acho isto um pouco embaraçoso porque acho que não é uma dúvida para alguém na minha idade! ou seja: este tipo de dúvidas não nos assalta na adolescência? não sei...provavelmente até estou enganada e há mais gente na mesma situação mas continuo a pensar que aos 31 anos (a caminho dos 32) ainda não saber sequer o que quero fazer a nível profissional (o que gosto de fazer) é um pouco fora de tempo ... (na altura em que devia ter pensado neste tipo de coisas andei ocupada e distraída com outras situações mas isso é outro assunto para um outro Post. Aqui o que me interessa salientar é a revolta que sinto na falta de apoio que o nosso País nos dá neste tipo de situação específica. Como é lógico, ao estar desempregada não estou propriamente com capacidade financeira para poder tirar a carta de condução pelo menos para já e por isso é um ponto que terá que ficar em Stand By. Acerca das habilitações literárias posso fazer alguma coisa: acabar o secundário. Imediatamente me vem á cabeça o anúncio que dá na TV sobre as Novas Oportunidades: "Acaba o secundário e aprende uma profissão" (ou algo assim parecido mas que quer dizer isto). Fui informar-me acerca disto (na Net) e pelo que pude perceber (e já tinha obrigação de ter logo desconfiado) isto é dirigido a jovens e o pessoal com 30 anos em Portugal, já não é considerado jovem. Onde é que eu encaixo então? no Ensino Recorrente. É isso que estou a pensar fazer. Escrevi um email (no site nas Novas Oportunidades) a perguntar mais informações (na semana passada) mas ainda estou á espera da resposta.
Na minha procura diária de emprego, vejo nos jornais e na Net muitas ofertas de cursos e como para ter um emprego melhor preciso de mais estudos estes anúncios chamam-me sempre á atenção principalmente os que são gratuitos. Todos estes para os quais telefono a pedir informações para me inscrever são maioritariamente para menores de 25 anos!
Acerca da minha incerteza sobre a profissão que quero seguir parece que nada me pode ajudar! Como estou inscrita no Centro de Emprego pedi para fazer testes vocacionais e com os resultados obtidos pude perceber que o que mais gostaria de fazer está ligado às áreas profissionais com maior dificuldade na obtenção de emprego como por exemplo: fotografia, Artes/Plásticas, Dança Contemporânea, Decoradora de espaços comerciais, Florista, Instrumentista, Crítica Literária, Técnica de Comunicação, Bacharel em Teatro, Professora de Artes Dramáticas, Filologia...entre umas outras quantas profissões deste estilo. Não posso dizer que não escolheria alguma delas pois até acho que têm muito a ver comigo mas não me parecem ser profissões que apareçam no jornal com frequência. Até porque para a maior parte delas preciso de licenciatura (embora não ponha essa hipótese de parte: ir para a Universidade. O meu sonho enquanto estudante foi a psicologia...sonho perdido pelo caminho...para aí nos 20, 22 anos. Perdido mas não esquecido). Mas tudo isto da Universidade é muito bonito e não fosse o facto de eu ter uma renda para pagar no final de todos os meses assim como as contas de água, luz, gás, como todos nós e para tal preciso de um emprego. Terei que me sujeitar um bocado ao que me apareça gostando ou não gostando.
Acho que a maior parte das pessoas empregadas não gostam do que fazem. Não gostam da sua profissão e nem descobriram ainda o que gostam mesmo de fazer!
Trabalhar xis anos a fazer algo de que não se gosta deve ser um pouco como que estar preso... acho que as pessoas como são obrigadas a manter esses trabalhos para poderem sobreviver acabam por se acomodar ao emprego. Isto é mau não só para a própria pessoa em questão como também para a empresa empregadora. Se eu gostar do meu trabalho, se tiver amor ao que faço vou dar maior produtividade á empresa, certo?assim como uma melhor relação e ambiente com e/ou entre os colegas entre várias outras coisas! então e o contrário? Ao pensar nisto por uns segundos concluo o mau que é para ambas as partes intervenientes e por isto tudo acho que é muito, mas mesmo muito importante que nós tenhamos gosto pelo que fazemos. É que não estamos a falar de uma tarefa que fazemos de vezes em quando mas sim á tarefa que fazemos todos os dias durante quase toda a nossa vida!! Se não houver gosto e apenas acomodação vai criar de certeza um fim de algum tempo tristeza e depressão. Dependendo do número de portugueses nesta situação teremos, ou não, um País depressivo. De certeza que já muitos de nós ouvimos referirem-se aos portugueses como um povo triste e melancólico. Não será um bocado por causa do emprego que temos não nos motivar?
Sei que o percurso de vida (inclusive o escolar) que tive não foi de grande auxílio para eu ter descoberto que profissão queria seguir mas também sei, porque o sinto na pele, que o nosso País não dá oportunidades para pessoas na mesma situação que eu.
Parece-me que desde que nascemos temos que seguir a viver dentro de duas linhas verticais, dentro daqueles ditos parâmetros que a sociedade nos incute. Se por nossa causa, ou não, o nosso percurso sair um bocadinho dessas linhas pronto. Está tudo estragado. Por muito que a gente lute diariamente já está! Há muitas pseudo-ofertas de ajuda da treta que não ajudam nada, são apenas fachada...e digo isto com experiência própria. Mas isso já é outro assunto que fica para um outro Post. Isto claro no caso de alguém ter paciência para ler algum destes meus Post gigantescos e provavelmente mal escritos e talvez até com erros ortográficos...