Identidade (des)conhecida.

7.27.2006

Telefonema para a Conservadora.

Hoje vi que já tinha passado o tempo suficiente para a conservadora ter lido a minha carta e tomado a decisão sobre se faz ou não a transcrição e telefonei para ela.
Conforme já mencionei num outro post eu já tinha falado com a conservadora, por telefone também e achei-a acessível. Desta vez não só a achei acessível, como também interessada em resolver o meu assunto (fazendo a transcrição do casamento dos meus pais). Tivemos uma curta conversa mas muito "produtiva". Não precisei de lhe explicar o motivo do meu telefonema pois assim que me apresentei ela disse-me logo que as novidades que tinha eram que recebeu a minha carta, que entrou em contacto com o conselheiro da embaixada para lhe pedir um ofício em que conste que a embaixada responsabiliza-se pelo conteúdo da certidão caducada que eu entreguei (para a transcrição), entrou também em contacto com o Dr. José Miguel para o por ao corrente e agora está a aguardar que eles lhe mandem o dito ofício. Disse-me ainda que o Dr. José Miguel já lhe tinha dito que eu liguei para a embaixada (a seu pedido) e estes disseram - me que não tinham novidades nenhumas, e que o assunto entre mim e eles já estava resolvido. A conservadora quer é que a embaixada lhe diga isto por escrito (o tal ofício). As conservatórias têm que ter tudo documentado, tudo oficial. Ela também tem vontade de resolver isto o quanto antes e prometeu-me que ía ainda hoje, antes das 13:00 horas voltar a ligar para o conselheiro para lhe relembrar que está à espera do ofício com urgência. Combinamos aguardar e o Dr. José Miguel há - de entrar em contacto com ela e posteriormente comigo. É uma questão de dias. Fiquei contente e esperançada. Vamos a ver! até tenho medo...
Com esta conversa com a conservadora percebi o porquê do telefonema "estranho" do Dr. José Miguel. Ele sabia muito bem o que estava a dizer-me quando me pediu para eu ligar para a embaixada só não me quis explicar o motivo. Talvez para não me confundir as ideias (mais do que já estão?!)ou para não perder tempo, não sei! Ele tem sido muito persistente com isto. Conforme eu já contei em post`s anteriores esta situação já dura há anos e o Dr. José Miguel até hoje, de toda a gente com quem eu já falei acerca disto ele foi a que mais tem feito para me auxiliar, e em relativamente pouco tempo. Mais do que ninguém! Será que algum dia lhe vou conseguir fazer entender o quanto agradecida lhe estou e vou ficar quando isto se resolver? quando eu conseguir um dia ter a minha nacionalidade comprovada num documento (porque dentro de mim sempre a tive!) e conseguir assim obter o meu Bilhete de Identidade português? Sim, porque eu tenho esperança que vou conseguir. Não por ser um direito e um dever que tenho mas sim porque não parei de lutar para ter direito a este direito, para ter direito a este dever, e também porque tive uma pessoa que me ajudou verdadeiramente, no meio de umas largas dezenas. Ainda por cima, pessoas estas que tinham por obrigação ajudar-me pois é para isso que são pagas. É para isso que estão atrás de uma repartição publica.
Eu escrevi cartas e emails a pedir auxílio ao Sr. Presidente da República, ao Sr. Primeiro Ministro, ao Procurador Geral da República, entre outros. Todos eles responderam a informar que iam encaminhar o "meu assunto" às entidades competentes. Ora, com isto o "meu assunto" foi parar novamente à Conservatória dos Registos Centrais e é aí que o processo está em Stand-by há anos! Ou seja o "meu assunto", passou por dezenas de mãos, secretárias, mentes cheias de vontade de ajudar e foi parar novamente ao ponto de partida, ao local de onde nunca saiu!! Deu a volta completa ao círculo. É irónico, não é? Da PGR é que o Dr. José Miguel me contactou e até hoje me tem auxiliado. É sinal de que pelo menos alguma coisa funcionou! Mesmo que só uma, desde que mantenha todo este empenho, acredito que vai valer a pena!
Obrigada Dr. José Miguel.

7.26.2006

Ficar sem palavras.

Terça, dia 25/07/06 - Conforme estava combinado telefonou-me o Dr. José Miguel dos Santos embora com uma "conversa" muito estranha.
Pensei que me fosse perguntar se a conservadora já me tinha contactado ou se ele próprio tinha entrado em contacto com ela e com esta chamada ía por-me ao corrente.
Mas não! Pediu-me para eu telefonar para a embaixada a perguntar se tinham novidades! (eu estranhei esta conversa mas já estou, digamos que, habituada!)
Eu, perplexa, disse-lhe que o meu assunto com a embaixada já estava resolvido (a não ser que a conservadora não aceite a declaração) mas ele não me deixou nem explicar isto nem nada e rematou bruscamente com a seguinte frase: "Mas quer fazer o que eu lhe digo ou não, sem fazer muitas perguntas?". Bom, eu disse que sim, e ele desligou. Visto ser a pessoa que é, visto que ele tem andado sempre a telefonar-me a querer saber como se tem desenrolado a situação e visto que já fez alguns contactos no sentido de me ajudar eu obedeci. "Ele lá sabe porque me está a dizer isto, provavelmente até deve saber alguma coisa que eu não sei", pensei eu.
Liguei para a embaixada. Pedi para falar com o embaixador mas ele não estava. Falei com o Sr. V. que me respondeu admirado que não tinha nenhuma novidade para me dar. Não aconteceu nada. Ninguém ligou para lá. Nem a conservadora do Porto nem de lado nenhum. E claro que também me disse que da parte deles já tinham feito o que eu lhes pedi ao darem-me a tal declaração.
De seguida telefonei ao Dr. José Miguel dos Santos a contar-lhe isto. Ele apenas respondeu: "Ok, tá bem. Então adeus". Eu concluí que o melhor agora a fazer era esperar que a conservadora me contacte e se não o fizer contacto-a eu e vá lá que ainda tive tempo de lhe dizer isto antes de ele desligar. Senti que devia dizer algo deste género perante esta conversa toda (ou falta dela, neste caso!). É daquelas situações em que a pessoa fica sem saber o que dizer.

Nesse mesmo dia...

À tarde telefonou-me o Dr. José Miguel dos Santos a saber como tinha corrido o meu encontro com a Conservadora. Contei-lhe o que se passou e ficou combinado ele ligar-me daqui a uma semana para se deixar passar oito dias e dar assim tempo de ela chegar, ler tudo e decidir se aceita a declaração como está e se faz a transcrição do casamento dos meus pais.

Ida à 3.ª Conservatória do Registo Civil do Porto.

Quarta, dia 12/07/06 - Fui à conservatória mas infelizmente a Conservadora estava fora essa semana inteira. Expliquei à funcionária o motivo da minha ida ali e escrevi uma carta a acompanhar a declaração da embaixada. Nela foquei os pontos relevantes da história, deixei todos os meus contactos e pedi para que, assim que pudesse, entrar em contacto comigo. A tal senhora que me atendeu foi prestativa e assegurou-me que quando a Conservadora chegasse, ela entregava logo a minha carta.