Identidade (des)conhecida.

12.01.2006

30 de Novembro de 2006 - Bilhete de Identidade?

Cheguei ao Areeiro às 12:30h. Por acaso até estava pouca gente e fui logo atendida após uns 2 ou 3 minutos. Dei o talão à senhora e ela deu-me o B.I.! Desviei-me para o lado para recuperar o fôlego e confirmar se os dados estavam correctos. Pareceu estar tudo bem. Acho que se estivesse alguma coisa mal eu não dizia nada naquela altura, pelo menos!
Ok, vim o caminho todo a olhar para o B.I. e quem olhasse havia de pensar que eu nunca tinha visto e/ou nunca tinha tido um!! O que quase ninguém sabe, é o que eu passei para o ter, os anos que demorei para o conseguir, o dinheiro que gastei em impressos, certidões, traduções, certificações de assinaturas, transportes, fotocópias, impressos, taxas consulares e outras, horas de trabalho descontadas no ordenado, e mais uma quantidade de gastos, para conseguir ter na mão esta cartolina! A acrescer a estas, ainda tenho as outras despesas: dinheiro gasto em transportes para ir trabalhar (e não só) porque não podia tirar um Passe Social! Taxas moderadoras nos hospitais, análises, consultas, exames, episódios de urgências, medicamentos mais caros e tudo isto porque não podia tirar o cartão de Utente!
Oportunidades de emprego perdidas por não ter a nacionalidade portuguesa e por não ter B.I..
Foram tantas, tantas, tantas coisas que por isso vim o caminho todo a olhar para ele, a ler todas as palavrinhas, a confirmar se estava tudo bem, etc.
Agora estou contente sim, mas sei que vou ficar ainda mais, quando for preciso identificar-me! Aí nesse momento é que vou perceber o quanto é bom ter uma identidade, uma identidade conhecida!