Identidade (des)conhecida.

11.21.2005

Os documentos que eu sempre tive.

Até ter o Bilhete de Identidade, eu tinha a Cédula pessoal (da República Portuguesa) na qual alguém (de uma das conservatórias onde o meu avô se dirigiu) escreveu a esferográfica vermelha, a letras maiúsculas: "ESTRANGEIRA". Não sei porque me deram como estrangeira se eu não estava nem nunca estive registada no estrangeiro!! Deram-me este documento com base na tal Declaração da Maternidade em Paris. Só se esta declaração serviu como prova suficiente! Não sei, porque eu era muito miúda ainda e lembro-me de pouca coisa. Passado algum tempo o meu registou-me na Conservatória do Registo Central. Deram-me um Cartão de Autorização de Residência (que sempre foi renovado, sem problemas) e quando foi necessário tirei o Cartão de Contribuinte e o Cartão de Beneficiário. Tinha também Boletim de Vacinas, e tinha direito à "Caixa" através do meu avô. Tinha os documentos todos em ordem. Lembro-me de ter ido com o meu avô a uma conservatória em Gondomar (onde viviamos) dar entrada ao meu processo de pedido de atribuição da Nacionalidade. Fiquei então informada que o processo viria para Lisboa (para a Conservatória do Registo Central) e que quando eu fizesse 18 anos poderia optar pela Nacionaliade Portuguesa, Francesa e ou Juguslava. Eu lembro-me de inclusivé ter declarado que queria a Nacionalidade Portuguesa e que queria mudar o meu nome queria trocar o apelido do meu pai, por o do meu avô, que no meu entender era a minha família. Tinha mais lógica ter o apelido do meu avô, que me estava a criar, do que de uma pessoa que nunca me ía ver, que eu praticamente nem conhecia. Lembro-me perfeitamente que a senhora que nos atendeu disse que eu podia fazer a troca de apelidos e eu aproveitei e declarei por escrito essa minha vontade.
Eu vim viver para Lisboa. Demorei alguem tempo a arranjar trabalho e casa certos, e por isso, com medo de perder os documentos só trouxe comigo o B.I., o cartão de contribuinte e o de beneficiário. Os restantes ficaram no cofre em casa dos meus avós.
Entretanto o cartão de autorização de residência caducou. Agora, para tirar o B.I., preciso do cartão de autorização de residência válido, e para renovar o cartão preciso do B.I.. É no mínimo anedótico!!